Série Especial | 3 verdades que sustentam o emagrecimento sustentável: intestino, aceitação e fases da vida

Intestino, identidade e ciclos: três verdades que sustentam o emagrecimento com leveza

Este é o sétimo artigo da nossa série sobre os 24 pilares para um emagrecimento sustentável, construído com base na minha experiência clínica como nutricionista comportamental e integrativa.

Depois de falarmos sobre sono, estresse e saúde geral, chegou a hora de tocar em pontos fundamentais (e muitas vezes invisíveis) que interferem diretamente nas nossas escolhas alimentares, na composição corporal e até no amor que sentimos pelo nosso próprio corpo: a saúde intestinal, a aceitação do biotipo e o respeito às fases da vida.

Pilar 19 — Microbiota intestinal saudável: o segundo cérebro no centro do emagrecimento

Nosso intestino abriga trilhões de micro-organismos que, juntos, formam a microbiota intestinal. Esse ecossistema complexo influencia a digestão, a imunidade, o humor e até mesmo o apetite e a saciedade.

No contexto do emagrecimento sustentável, uma microbiota saudável faz toda a diferença.


Como a microbiota interfere no peso e no comportamento alimentar:

  • Regula hormônios ligados ao apetite, como leptina e grelina;

  • Participa da produção de serotonina, neurotransmissor relacionado ao bem-estar;

  • Modula a resposta inflamatória, que pode interferir no metabolismo;

  • Afeta a absorção de nutrientes e o funcionamento do intestino;

  • Influencia o desejo por certos tipos de alimentos (sim, bactérias “pedem comida”).

Quando essa microbiota está desequilibrada — o que chamamos de disbiose — é comum haver sintomas como estufamento, prisão de ventre, compulsão por doces, queda de energia e alterações de humor.


Exemplo prático:

Incluir alimentos fermentados (como kefir, kombucha, iogurte natural e chucrute) e fibras solúveis (como linhaça, aveia, psyllium) ajuda a fortalecer a microbiota. Evite o uso excessivo de antibióticos e dê preferência a alimentos naturais e variados.


Intestino saudável, mente mais clara, corpo mais leve

Esse pilar reforça a visão integrativa: não dá para pensar em nutrição comportamental sem considerar a saúde digestiva. Afinal, como você vai sentir saciedade ou bem-estar emocional se seu intestino está inflamado, desregulado ou sobrecarregado?

Pilar 20 — Aceitação do biotipo e genética: o corpo não é um molde, é uma história

Cada corpo tem uma estrutura única. Altura, formato, metabolismo, distribuição de gordura, resposta ao exercício, tudo isso tem relação com fatores genéticos e biológicos.

No caminho do emagrecimento sustentável, aceitar e respeitar o seu biotipo corporal é libertador — e necessário.


Por que a comparação é um obstáculo silencioso:

  • Alimenta a frustração e a autoexigência;

  • Gera metas irreais e sensação de fracasso;

  • Leva a estratégias agressivas e insustentáveis;

  • Afasta o foco da saúde e do autocuidado.

A nutrição comportamental nos ensina que não se trata de caber num padrão, mas de viver com saúde e bem-estar no seu próprio corpo.


Exemplo prático:

Ao invés de mirar um corpo que você viu no Instagram, pergunte-se: “O que é saúde para mim neste momento da vida?” Estabeleça metas pessoais, possíveis e conectadas com a sua realidade. E comemore cada pequena conquista do processo.


Você não precisa mudar para se amar — você pode se amar para mudar

Quando a mudança parte do amor e da aceitação, e não da rejeição, ela acontece com mais consistência e menos sofrimento. O emagrecimento sustentável se apoia em escolhas que cuidam do corpo com respeito, e não com violência.

Pilar 21 — Fases da vida e necessidades nutricionais: seu corpo muda, e tudo bem

Nosso corpo muda ao longo da vida. Infância, adolescência, gestação, puerpério, menopausa, envelhecimento — cada fase tem demandas diferentes. Negar isso é se desconectar da realidade do próprio corpo.

O emagrecimento sustentável precisa considerar essas fases como partes naturais da existência — e ajustar a alimentação, o ritmo e os objetivos de acordo com elas.


O que muda em cada fase:

  • Na gestação e lactação, há maior necessidade de energia, ferro, cálcio e ômega-3;

  • Na menopausa, há alterações hormonais que impactam o metabolismo e a redistribuição de gordura corporal;

  • No envelhecimento, há perda de massa muscular, mudanças na digestão e absorção de nutrientes;

  • Em momentos de estresse intenso ou luto, a alimentação deve priorizar acolhimento e suporte emocional;

  • Durante a puberdade, as mudanças corporais e emocionais pedem atenção redobrada à autoimagem e às comparações.


Exemplo prático:

Se você está entrando na menopausa, ao invés de focar apenas em emagrecer, pense: como posso apoiar meu corpo nesse momento? Aumentar o consumo de cálcio, praticar exercícios de força e cuidar da saúde intestinal pode ser mais eficaz e amoroso do que cortar calorias.


Nutrir é respeitar o que seu corpo precisa agora

Esse pilar reforça que não existe um único modelo de saúde válido para todas as fases da vida. O que serve para uma mulher de 25 anos pode não fazer sentido aos 50. Ouvir o corpo e adaptar a nutrição à realidade atual é parte da inteligência alimentar.

Conclusão: emagrecer sustentavelmente é mais sobre escuta do que sobre esforço

Os pilares 19, 20 e 21 nos mostram que emagrecimento sustentável não é sobre caber em um padrão, mas sobre caber em si mesma.

Um intestino saudável te conecta com seu centro. Um corpo respeitado te dá liberdade para se movimentar sem culpa. Um ciclo bem vivido te lembra que você não precisa estar no auge o tempo todo — mas sim, em paz com o momento presente.

Na nutrição comportamental, aprendemos que a chave para mudanças consistentes e duradouras está em reconhecer a própria história, com tudo o que ela carrega: ancestralidade, vivências, traumas, alegrias, transições.

Seu corpo não é o problema. O problema é o sistema que te ensinou a odiá-lo.
E aqui, nesta jornada, a gente desaprende isso juntas — e substitui por cuidado, por escuta e por autonomia.

Vamos juntas?

Com carinho,
Júlia Menezes
Nutricionista Comportamental e Integrativa

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Júlia Menezes

Nutricionista pela UFOP, Terapeuta corporal e Doula, com formações diversas em Terapia Cognitiva Comportamental, Saúde da Mulher e Ginecologia Natural, Terapia Cannábica, Terapia Sensorial. Propõe uma nutrição integrativa e gentil, que valoriza comida de verdade e respeita a história e ritmo de cada um. Sem dietas restritivas, tem como foco acolher o porquê das escolhas alimentares e como torná-las mais nutritivas e gostosas, envolvendo o contexto de vida, hábitos, sentimentos e demandas em saúde. Não se trata apenas de alimentação, mas de tudo que de alguma forma está relacionado a ela, sendo o conhecimento, consciência e prazer, as chaves para se estar em paz com a comida e corpo.

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