Por Que a Comida de Verdade Ainda É o Melhor Remédio?

Comer bem é simples – e começa na infância

Sempre que a gente vai orientar uma criança sobre como se alimentar melhor, a gente repete aquele básico que todo mundo já ouviu: beber água ao longo do dia, comer frutas, verduras, arroz com feijão, evitar doces e refrigerantes. O básico. O simples. A comida de verdade.

Mas me diz: por que a gente, adultos, se esquece disso? Por que a gente não segue o mesmo conselho que dá para as crianças?
A resposta pode parecer complicada, mas na verdade é simples: nos desconectamos da nossa própria sabedoria alimentar, aquela que aprendemos lá atrás, na infância. E no lugar dessa sabedoria, muitas vezes entram as soluções industrializadas, rápidas e caras.

Hoje quero te convidar a voltar para o básico. Para o simples. Para o que realmente nutre: a comida de verdade.

A simplicidade da alimentação saudável

Quando falamos em saúde, a indústria alimentícia nos convence de que precisamos de superalimentos exóticos, cápsulas caras, shakes substitutos e dietas mirabolantes. Mas, na verdade, o que nosso corpo precisa está bem diante dos nossos olhos — e geralmente na feira, na horta, na cozinha da nossa avó.

Alimentar-se bem é mais simples do que parece.
A nutrição comportamental nos ajuda a lembrar disso: o foco é acolher, observar e estar presente. Comer bem não exige fórmulas mágicas, e sim reconexão com os sinais do corpo e os alimentos naturais.

Comer bem começa com arroz e feijão. Com fruta no café da manhã. Com aquela água que a gente esquece de beber porque está correndo demais. Com o hábito de parar e mastigar.

Por que nos afastamos da comida de verdade?

A resposta é: por causa da pressa, da cultura da produtividade e, claro, da indústria.
A publicidade e o marketing criaram a ideia de que a saúde está em algo que se compra pronto, que vem em cápsula ou sachê. Algo que promete emagrecer sem esforço ou trazer vitalidade instantânea. Mas saúde não tem atalho.

E isso é perigoso porque a gente começa a achar que só consegue ser saudável se tiver dinheiro para comprar tudo isso. Quando, na verdade, a base da saúde está naquilo que já conhecemos desde pequenos.

A comida de verdade é acessível, cotidiana, feita de ingredientes simples, minimamente processados. É o alimento que vem da terra e passa por poucas etapas antes de chegar no nosso prato.

O corpo reconhece o alimento, não o produto

O nosso corpo entende comida de verdade. Ele reconhece os nutrientes, absorve, reage, transforma, usa cada pedacinho do alimento para produzir energia, hormônios, neurotransmissores. Ele se alegra quando sente o cheiro do alho na panela, quando a gente mastiga com presença, quando a refeição é feita com afeto.

Cápsulas, pós e shakes não são reconhecidos da mesma forma. Claro, podem ter função em momentos específicos. Mas como base da alimentação? Não. A base deve ser comida.

Comida que se pega com a mão. Que tem textura, cor, cheiro. Que foi escolhida, lavada, picada, cozida. Comida de verdade.

A importância do básico na nutrição comportamental

Na nutrição comportamental, a gente entende que comer não é só sobre nutrientes. É sobre comportamento, sobre cultura, sobre memória, afeto e cotidiano. A comida de verdade tem tudo isso.

Quando a gente volta para o básico, a gente também volta para a nossa essência. Para o nosso ritmo interno. E isso é uma chave importantíssima para desenvolver uma boa relação com a comida.

Aqui, o foco não é contar calorias ou seguir um plano rígido, mas sim perceber os sinais de fome e saciedade, respeitar os ciclos do corpo e trazer prazer para o ato de comer.

O papel da comida de verdade na saúde emocional e corporal

Você já percebeu como uma comida feita em casa, simples, cheirosa, pode mudar o seu humor? Isso não é à toa. Comida de verdade ativa memórias, desperta prazer, reconecta com a vida.

Mais do que nutrir o corpo, ela nutre a alma.
E isso também é saúde.

O arroz com feijão comido com calma tem poder. A fruta da estação, colhida no pé ou comprada na feira, tem potência. A água fresquinha que alivia no meio do dia, o café passado com afeto, tudo isso é cuidado de si.

Comida de verdade como forma de autonomia

Saber cozinhar o básico é um ato de autonomia.
É saber que você pode cuidar da sua saúde com o que você já tem, com o que é acessível. É sair da lógica da dependência de produtos e soluções caras.

É voltar a ter controle sobre o que se come, sobre o que se escolhe e sobre como se cuida. Isso também é empoderamento — especialmente para nós mulheres, que muitas vezes carregamos tantas demandas e esquecemos do nosso autocuidado.

A infância como inspiração para uma alimentação mais intuitiva

Voltando ao início: o que você diria para uma criança?
Provavelmente, que ela precisa beber água, comer fruta, arroz e feijão, evitar besteiras, dormir bem e brincar.

Pois é. Você pode dizer isso para si mesma também.

Se alimentar com consciência é lembrar que as recomendações que damos para as crianças também servem para nós. O básico que funciona na infância, funciona na vida adulta. Porque a nutrição de verdade é atemporal.

A comida de verdade é o verdadeiro autocuidado

Em tempos de tanto estresse, excesso de informações e soluções prontas, cuidar da alimentação com simplicidade é um respiro. É um gesto de amor próprio. É desacelerar.

A comida de verdade te ajuda a reconectar com a sua saúde, seu prazer, sua rotina. Te ensina que saúde não precisa ser complexa nem cara. Precisa ser real, simples, acolhedora.

E é por isso que eu, como nutricionista comportamental e integrativa, sempre convido: volte para o básico. Resgate sua história com os alimentos. Reconecte-se com a comida de verdade.

Conclusão: o simples funciona

Se tem algo que eu aprendi ao longo dos anos atendendo tantas pessoas diferentes, com tantas histórias, é que o simples funciona. E funciona lindamente.

Arroz, feijão, legumes, frutas, água, uma rotina alimentar que respeita seu corpo, suas necessidades, seu tempo. Isso é saúde.

Você não precisa de muito para se cuidar.
Você só precisa lembrar do básico.
E se permitir viver o prazer da comida de verdade.

Se você gostou desse conteúdo e quer aprofundar sua relação com a alimentação de forma gentil, acolhedora e transformadora, te convido a continuar acompanhando os conteúdos aqui do blog e nas redes. Vamos juntas?

Com carinho,
Júlia Menezes
Nutricionista Comportamental e Integrativa

Júlia Menezes

Nutricionista pela UFOP, Terapeuta corporal e Doula, com formações diversas em Terapia Cognitiva Comportamental, Saúde da Mulher e Ginecologia Natural, Terapia Cannábica, Terapia Sensorial. Propõe uma nutrição integrativa e gentil, que valoriza comida de verdade e respeita a história e ritmo de cada um. Sem dietas restritivas, tem como foco acolher o porquê das escolhas alimentares e como torná-las mais nutritivas e gostosas, envolvendo o contexto de vida, hábitos, sentimentos e demandas em saúde. Não se trata apenas de alimentação, mas de tudo que de alguma forma está relacionado a ela, sendo o conhecimento, consciência e prazer, as chaves para se estar em paz com a comida e corpo.

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