Perda de Apetite no Calor: Como Evitar Comportamentos Sabotadores e Manter uma Alimentação Equilibrada

Perda de Apetite no Calor

Já perceberam que em época de calor a gente tende a perder o apetite? Isso acontece porque o nosso metabolismo diminui para que a nossa “máquina”, ou seja, o corpo, não superaqueça, já que está fazendo muito calor. Se nosso metabolismo continuasse funcionando em ritmo acelerado, geraria calor interno, o que poderia nos fazer mal. Então, para que essa produção de calor diminua, o corpo tenta reduzir o consumo de calorias, já que as calorias geram calor interno no organismo.

E é justamente por isso que a gente tende a perder o apetite. O corpo diminui a fome de propósito, tentando diminuir o consumo de alimentos que geram calor. Nesse cenário, intuitivamente, passamos a preferir alimentos mais leves, como saladas, frutas, grãos e outros alimentos frios, gelados ou frescos, que ajudam o corpo a regular essa produção de calor.

A mudança no apetite é, portanto, uma resposta natural do corpo à temperatura ambiente. Mas essa alteração no apetite, que parece inofensiva, pode nos levar a armadilhas alimentares se não estivermos atentos. Afinal, quando a gente se acostuma a pular refeições porque “não está com fome”, o corpo acaba pedindo mais comida depois, o que pode resultar em escolhas alimentares não tão saudáveis.

Metabolismo e Calorias

Nosso corpo funciona como uma máquina que busca a autorregulação. Em tempos de calor, o corpo reduz o metabolismo para não gerar calor excessivo e manter a temperatura estável. Isso é ótimo para evitar que passemos mal ou nos sintamos desconfortáveis, mas o que poucas pessoas sabem é que essa desaceleração metabólica vem com alguns efeitos colaterais.

Primeiro, a desaceleração significa que nosso corpo precisa de menos calorias para funcionar. Com menos calorias necessárias, o corpo “desliga” um pouco o sinal da fome, ou seja, você sente menos apetite. E é por isso que, nos dias quentes, parece que temos menos vontade de comer refeições pesadas e mais interesse em alimentos leves.

Por outro lado, essa redução no metabolismo também traz desafios, principalmente para quem tem como objetivo a perda de peso ou a manutenção de uma alimentação saudável. Ao perder o apetite e pular refeições, o corpo, eventualmente, entra em um estado de carência, o que pode causar uma fome repentina e intensa mais tarde. É o famoso “efeito rebote”, onde a gente fica horas sem comer e, de repente, quer devorar tudo que aparece na frente. O que acontece aqui é que, ao invés de escolhermos alimentos saudáveis, acabamos optando por opções mais calóricas e densas, pois nosso corpo está tentando compensar a falta de nutrientes.

O importante aqui é entender que, mesmo quando o apetite diminui, nosso corpo ainda precisa de nutrição. Pular refeições ou ignorar a fome pode, no final, ter um efeito oposto ao desejado, fazendo com que comamos mais calorias do que realmente precisamos.

Preferência por Alimentos Leves

No calor, a gente acaba sentindo mais vontade de comer alimentos leves, como frutas, saladas e grãos. Isso faz sentido, porque esses alimentos são mais fáceis de digerir e não geram tanto calor interno durante o processo de digestão. Além disso, muitos deles são ricos em água, ajudando a manter nosso corpo hidratado e leve.

Alimentos frios, como smoothies, iogurtes gelados e saladas frescas, costumam ser escolhas frequentes no verão. E isso não é por acaso! Durante o calor, o corpo busca por alimentos que ajudem a refrescar e que sejam fáceis de processar, evitando sobrecarregar o sistema digestivo.

No entanto, apesar de serem opções saudáveis, é preciso ter cuidado para garantir que a alimentação leve esteja balanceada em termos de nutrientes. Apenas consumir saladas, por exemplo, pode não fornecer a quantidade adequada de proteínas e gorduras saudáveis que o corpo precisa. O ideal é sempre equilibrar as refeições, garantindo que, mesmo nos dias mais quentes, você esteja suprindo todas as suas necessidades nutricionais.

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Comportamentos Sabotadores

A questão principal do calor e da perda de apetite é que muitas pessoas, sem perceber, acabam adotando comportamentos que sabotam seus objetivos nutricionais. Um dos principais erros é pular refeições porque “não estou com fome”. Isso parece inofensivo no começo, afinal, quem nunca se sentiu sem apetite num dia quente e pensou: “Ah, vou pular essa refeição”?

O problema é que esse comportamento gera um efeito cascata. Quando você pula uma refeição, seu corpo eventualmente compensa essa falta de calorias pedindo por mais comida na próxima oportunidade. E, geralmente, o que acontece? Você acaba comendo alimentos que são mais calóricos e densos, buscando aquela recompensa que o corpo sente que merece.

Imagine o seguinte cenário: você pulou o almoço porque estava sem fome, e quando a fome finalmente bate, lá no meio da tarde, você acaba optando por um lanche rápido e prático, mas que muitas vezes é rico em calorias vazias. Isso pode ser um sorvete, um açaí com complementos super calóricos (como leite condensado e creme de amendoim) ou até mesmo um suco cheio de açúcar. Todos esses alimentos podem parecer inofensivos num primeiro momento, mas eles podem contribuir significativamente para o excesso de calorias consumidas no dia.

Por isso, pular refeições pode ser um comportamento extremamente sabotador, tanto para a manutenção de uma dieta equilibrada quanto para quem busca o emagrecimento. A falta de apetite no calor não é desculpa para deixar de comer, mas sim um sinal de que o corpo precisa de atenção extra na escolha dos alimentos.

Busca por Alimentos Calóricos e Afetivos

Outro ponto importante aqui é a busca por alimentos afetivos e calóricos durante o calor. Quando o apetite diminui, muitas vezes buscamos recompensar o corpo com alimentos que nos trazem conforto, os famosos “alimentos afetivos”. Sorvetes, sucos de frutas açucarados, sobremesas geladas – todos esses alimentos entram nessa categoria. E, como mencionei antes, essas escolhas geralmente têm um valor calórico muito maior do que o necessário.

No calor, por exemplo, é comum a gente querer algo refrescante, e o primeiro pensamento que surge é: “Um sorvete cairia bem!”. Só que, ao escolhermos um sorvete ou uma sobremesa gelada com muitos complementos calóricos, como cremes, xaropes e outros ingredientes, acabamos consumindo calorias em excesso. Além disso, esses alimentos podem ter picos de açúcar, o que nos faz sentir mais fome depois de um curto período de tempo.

Esses alimentos afetivos acabam sendo mais tentadores quando estamos cansados, com preguiça ou simplesmente buscando uma “recompensa” para lidar com o calor. E, infelizmente, essa busca por conforto através da comida pode atrapalhar muito os nossos objetivos de saúde e de emagrecimento.

O desafio aqui é encontrar um equilíbrio. Não há problema em se permitir comer um sorvete de vez em quando, mas é importante estar consciente das escolhas que fazemos e dos impactos que elas têm no nosso corpo e na nossa saúde a longo prazo.

Impactos no Emagrecimento e na Saúde

Quando falamos de comportamentos sabotadores e da busca por alimentos calóricos, estamos, na verdade, tratando de um ciclo que pode ter impactos significativos na saúde, no metabolismo e no processo de emagrecimento. Pular refeições e consumir alimentos calóricos para compensar a falta de apetite pode fazer com que, ao final do dia, tenhamos ingerido mais calorias do que se tivéssemos mantido uma alimentação regular e equilibrada.

Esse comportamento de compensação – onde o corpo pede por mais calorias depois de um longo período sem comida – pode não só atrapalhar o processo de emagrecimento, mas também desregular o nosso metabolismo, criando um ciclo vicioso. Com o tempo, isso pode levar ao ganho de peso indesejado e a outros problemas de saúde, como alterações nos níveis de glicose, colesterol e até mesmo pressão arterial.

Por isso, o segredo para manter uma boa saúde, especialmente em épocas de calor, é estar atento às escolhas alimentares e evitar comportamentos que sabotam os objetivos a longo prazo. Manter uma alimentação equilibrada e consciente é fundamental, independentemente da temperatura externa.

Importância de Ajustar a Alimentação no Calor

A boa notícia é que é possível ajustar a alimentação durante o calor de forma que ela seja leve, nutritiva e adequada às nossas necessidades, sem comprometer nossos objetivos de saúde e bem-estar. Isso significa fazer escolhas inteligentes, equilibrando os nutrientes e prestando atenção ao que o corpo realmente precisa.

Em dias quentes, é natural optar por refeições mais leves, mas isso não quer dizer que essas refeições não devam ser completas. Incorporar proteínas magras, gorduras saudáveis e uma boa variedade de vegetais e frutas é essencial para garantir que o corpo receba todos os nutrientes necessários, mesmo que o apetite esteja reduzido.

Sugiro também que você mantenha uma rotina de refeições, mesmo que em quantidades menores. Ao invés de pular refeições, aposte em porções menores e alimentos que sejam fáceis de digerir. Smoothies nutritivos, saladas com proteínas, grãos leves e frutas ricas em água são ótimas opções para manter o corpo nutrido e hidratado.

Além disso, fique atento à hidratação. O calor pode fazer com que percamos muitos líquidos, e isso pode influenciar o apetite e a sensação de bem-estar. Beba água regularmente e inclua alimentos ricos em água, como melancia, pepino, melão e abacaxi, para garantir que seu corpo esteja sempre hidratado.

E, claro, se você sente que sua alimentação precisa de um ajuste mais específico ou se está buscando alcançar metas de saúde e emagrecimento, eu estou aqui, com a nutrição integrativa, para te ajudar a encontrar o equilíbrio ideal para você!

Júlia Menezes

Nutricionista pela UFOP, Terapeuta corporal e Doula, com formações diversas em Terapia Cognitiva Comportamental, Saúde da Mulher e Ginecologia Natural, Terapia Cannábica, Terapia Sensorial. Propõe uma nutrição integrativa e gentil, que valoriza comida de verdade e respeita a história e ritmo de cada um. Sem dietas restritivas, tem como foco acolher o porquê das escolhas alimentares e como torná-las mais nutritivas e gostosas, envolvendo o contexto de vida, hábitos, sentimentos e demandas em saúde. Não se trata apenas de alimentação, mas de tudo que de alguma forma está relacionado a ela, sendo o conhecimento, consciência e prazer, as chaves para se estar em paz com a comida e corpo.

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